Dia 3 dez.
O passado dia 3 de Dezembro foi contemplado pela enérgica comemoração de um especial e singelo X Capítulo Confrádico, em Carapelhos (Mira): o dos ditos “amigos dos nabos da nossa terra”, genuína confraria que enaltece o afamado produto agrícola, símbolo e sustento de uma região que vangloria o trabalho e transformou solos menos propícios em zonas de excelência produtiva nacional (refiram-se os escritos dos anos 60, “com 500.000 molhos de grelos saídos das terras Carapelhos”, citando o Grão –Mestre).
Foi precisamente neste ambiente bucólico, em plena Rota dos Ovos Moles (limite sul), que a Confraria dos Ovos Moles de Aveiro foi entusiasticamente recebida, num ainda mais caloroso dia de Dezembro que sucedeu ao já tradicional jantar oferenda da véspera, para as dezenas de confrarias que aí se deslocaram e/ou pernoitaram. Numa cerimónia cheia de alma gandaresa, a entronização foi alegremente assistida por todos os convivas, seguindo-se a degustação das muitas iguarias cozinhadas exclusivamente pelos confrades anfitriões, e onde não poderiam faltar os “bons grelos e nabos, assim como a sopa de nabiças”.
Refira-se que esta mui sui generis associação cultural promove também anualmente uma Feira dos Grelos (e dos nabos) todos os inícios de Verão, sendo igualmente detentora de uma sede social (sita numa casa típica gandaresa, doada por um conterrâneo) e de terras de lavoura, igualmente doados, onde os confrades produzem o respectivo néctar de Baco, numa convivência fraterna proactiva que vai desde a plantação da vinha, à poda, passando pela vindima e pela prova final.
A Confraria Aveirense sedimentou mormente as boas práticas confrádicas com mais esta interessante interactividade institucional e pessoal, estreitando os laços entre ambas as associações culturais, num ano que assistiu ao premiar (pela Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas – Figueira da Foz, Outubro) do trabalho social desenvolvido mutuamente.
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