quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

IV Grande Capítulo da Confraria dos Ovos Moles de Aveiro

Mais de duzentos convivas de numerosas entidades oficiais/ culturais regionais e nacionais, assim como de Espanha, estiveram presentes no passado dia 15 de dezembro para comemorar esta já tradicional cerimónia capitular aveirense.
As festividades começaram com a concentração na Praça da República às 10.30, secundada pela fotografia da família confrádica nos antigos Paços do Concelho, e tendo tido este ano a graciosa presença da Banda de Gaitas de São Bernardo.

Ao som ímpar e inovador das gaitas-de-foles decorreu este ano o desfile cerimonial pelas ruas da cidade, com terminus previsto para o Museu de Aveiro.

Nesta “casa de cultura”, sob a égide do Padre João Alves, Reitor do Seminário de Aveiro, procedeu-se à entronização dos novos confrades efetivos e de honra, na majestática Igreja de Jesus. Neste momento solene integraram as hostes confrádicas os senhores Américo Pessoa, Cristina Bernardes, Margarida Cerqueira, Joaquim Oliveira Serrano, José Cupido, Sónia Neves e Teresa Christo, assim como os Confradinhos Rita Pessoa e Diogo Fernandes; na comitiva “Confrades de Honra” entraram este ano o Museu de Aveiro (representado pela sua digníssima diretora Dra. Zulmira Gonçalves e pela Dra. Cláudia Melo), assim como os reconhecidos nomes da cantora de Jazz Jacinta, do ator Pêpê Rapazote (Pedro Fernandes) e do Chef Bertílio Gomes (responsável pela sobremesa exclusiva com gelado de ovos moles certificados).
A cerimónia decorreria com um cocktail nos claustros do Museu, com a participação do grupo musical da “Oficina de Música de Aveiro” e degustando Ovos Moles de Aveiro (cedidos pelos produtores da APOMA e que acederam igualmente ao convite para estarem presentes). Após o preâmbulo do ator Pêpê Rapazote, embaixador confrádico 2012 em final de mandato, seria a vez da Chancelaria da Confraria dos Ovos moles (também em final de mandato) convidar os presentes a uma breve viagem no tempo “… uma viagem que teve mais razão de ser por ser aquele mui provavelmente, o local berço dos Ovos-moles, ainda nas instalações do primordial mosteiro de jesus do séc. XV, à época da princesa Joana, entretanto feita Santa-Padroeira da cidade.



De facto, com apenas água de nascente, açúcar (chegado da recém-descoberta lha da Madeira), gemas de ovo da região e… um segredo bem guardado, surgiu uma iguaria que começou por ser um remédio-santo para os mais debilitados aí internados, e iniciando depois uma epopeia de 500 anos, de doce história e tradição. A juntar a isto, não poderia ser alheia a atual comemoração dos 200 anos deste edifício, cuja nobreza patente secundou o primogénito convento dominicano, e que a Confraria com honra acedeu em se associar, promovendo este singelo tributo ao local, à história nele contida e, sobretudo, à memória coletiva das gentes amigas de Aveiro”.

Perante o emblemático cenário histórico e todos os Amigos do Museu presentes, e, perante os Produtores dos Ovos Moles que aderiram ao convite (e são os fiéis guardiões, na atualidade, das mais secretas receitas conventuais traduzidas no requinte dos OMA certificados), a Confraria (embaixatriz cultural natural da Cidade e Região de Aveiro) manifestou publicamente agradecimento a todos os que, presentes e ausentes, ajudaram a passar da ideia inicial (Natal 2008) a uma prática confrádica dotada de reconhecida regularidade (aquém e além fronteiras), e das quais se destacaram:


  • O Apoio Associativo- centros sociais, centros universitários e para pessoas portadoras de deficiência;
  • O Apoio à Solidariedade Social- angariação de fundos e meios de apoio à IPSS Florinhas do Vouga, CERCIAV,
  • Casa dos Pobres de Coimbra e, atualmente, à SCMA, entre outros; O Apoio à Cultura - palestras em escolas profissionais e outras, lançamento de livros, promoção de eventos didáticos, debates temáticos e do património histórico regional;
  • E inevitavelmente, os eventos nacionais e estrangeiros relacionados com o apoio à Gastronomia, muitos deles promovidos pela Federação Portuguesa das Confrarias (FPCG), outros pela Confederação Europeia (CEUCO), por mui ilustres e variadas Confrarias e por Outros organismos relacionados, uns mais, outros menos anónimos, mas todos em prol da defesa do que há de bom e de melhor em cada Região.

“Nesta caminhada movida pela paixão por Aveiro, cada um dos confrades tem funcionou como um dínamo, iluminando, no conjunto, a razão estatutária de ser da Confraria: “…a prossecução de objetivos da comunidade no sentido de viabilizar o bem comum” (artigo 3º, alínea D). De modo mais ou menos eficaz, encorajar os vindouros confrades e a nova direção a eleger para os próximos anos, foi um objetivo que tentámos perseguir sempre e que só o futuro avaliará com pragmatismo”, diria o Chanceler.
A cerimónia contaria ainda com momentos culturais de relevo:
1- Apresentação da “Forma de Pão de Açucar” (ofertada às Confrarias) pelo Eng. Paulo Morgado (ADERAV);
2- Atribuição do Certificado de Mérito Aveirense ao artesão Ferreira (único fabricante das barricas de madeira);
3- palestra do Município de Ovar pelo Exmo. Vereador da Cultura, este ano Município convidado da atividade confrádica “Rota dos Ovos Moles de Aveiro”;
4-Discurso da Presidente recém-eleita da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, Dra. Olga Cavaleiro;
5- Apresentação da iniciativa Rotary Club de Aveiro, Magna Tuna Cartola da Universidade de Aveiro e Confraria dos Ovos Moles, pelo Presidente Rotário, Prof. Manuel Coimbra e que decorrerá em março 2013;
6- apresentação de uma especial Geminação Ibérica Eno-Gastronómica para 2013, entre a Confraria de Aveiro e a “Cofradía del Vino de la Ribera del Duero” (Valladolid), a qual se deslocou em comitiva a Aveiro, em ano de Galardão com o prestigiante PRÉMIO “WINE STAR AWARD 2012”, considerado o óscar do mundo vinícola (sendo reconhecido por editores e críticos enológicos) e que culminará em 28 Janeiro de 2013 com a cerimónia de entrega da biblioteca publica de Nova York, entre os mais seletos da sociedade nova-iorquina, do mundo vínico e da gastronomia internacional.

A cerimónia não terminou sem que Jacinta presenteasse os convivas com uma magnífica atuação dita “à capela”, nem sem que os ”Outros Tons” acompanhassem todos no já tradicional hino confrádico de encerramento, num dia certamente inesquecível para quem teve a oportunidade de poder participar.
Agradecimento fotografia J Cruz. (www.josecruzfotografia.blogspot.com).